Tela de Abias Kayenga Ukuma (Angola)
Oiço a hipocrisia duma gravata a mentir!
Décio B. Mateus, in Xé Candongueiro.
Filosofando baixinho nas paredes do chão
racimos afloram no presságio nu do vento.
Um telhado de zinco, bátegas de água e chovia.
Forte, a chuva, caía fortaleza de barulhos
e foi então que aconteceu este poema pensado
pensamento à laia de filosofia ou magra profecia:
makutu – a mentira –
pode, a todos, nos engolir
lembre-se, no entanto, há um dia
a mentira vai é só explodir...
na podridão dos dias
algo está para acontecer
amanhã ou depois, não sei!
então vai ser p’ra valer
e virá (mais) injustiça ou Lei?
Olhem aqui – Eu também não sei!
Namibiano Ferreira
8 comentários:
Oi,
seus últimos poemas publicados aqui são ótimos,
como ótimas são as fotos das mulheres angolanas, em postagem anterior.
Kandandu.
Namibiano: uma mensagem forte e oportuna. Uma verdadeira preocupação que também me preocupa.
Até quando, até quando? Até quando os homens pedra quiserem (estou a me lembrar dum poema de António Jacinto).
Um kandandu e obrigado pela referência.
Cedo ou tarde, as mentiras serão desmascaradas. Eu ainda acredito, Namibiano. Ainda... Abraço!
O mundo está cheio de makutu, Namibiano. Também não sei quando
ou se vai acabar um dia, mas sei que enquanto existirem poetas da tua lavra, ainda podemos ter alguma esperança.
Parabéns pelo poema e parabéns para o pintor Abias!
Um abraço
Moacy, o meu obrigado.
Kandandu!
Décio, até quando nao sabemos mas que este nosso Mundo vai ter que mudar de alguma forma, vai... só espero que nao seja como as revolucoes, depois tudo volta ao que era dantes, no fundo apercebemo-nos que só mudaram as pessoas e a cor do regime.
Kandandu
Nydia, ainda acreditamos... mas a crenca comeca a exalar um ar fétido com falta de fé.
Kandandu
Cirandeira, obrigado pela parte que me toca: "enquanto existirem poetas da tua lavra, ainda podemos ter alguma esperança."
Kandandu, amiga.
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