Foto: Jorge Coelho Ferreira

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POEMAS DE NAMIBIANO FERREIRA

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18 de dezembro de 2008

PESCARIA NO CANJEQUE

Primo Rogério Kamusseke


Pescando baiacu (foto net)





Para o Rogério “Kamusseke”, meu primo.



Ontem fomos sorrateiros pescar

no Canjeque, só mordeu baiacu....

e a miudagem

antes de os atirar de volta ao mar

e por mera brincadeira

oferecia uma faca à boca voraz

do peixe que furioso mordia

metálico os dentes cerrados cortantes.





Hoje, também os meus sonhos

são oferecidos à boca voraz do tempo

e o tempo também morde furioso

como se fosse um baiacu

fisgado na pescaria do Canjeque...



O Sol, bailando ouro nos olhos da manhã

acorda-me do momento... sonho

perdido no frio deste granito

onde ando louco e farto de sonhos,

sonhos de dias ásperos

mascarados de saudades

no arrepio frio desta diáspora.



Namibiano Ferreira

17 de dezembro de 2008

PERFUME SEM PALAVRAS





Para Jinha, Laura, Ondina……




Aquele vento antes da chuva…
Lembras-te?!...
O vento, o vórtex a dançar
cantando assobio vestido de pó
e depois a chuva, pranto suado dos deuses,
caindo do céu em fúria na tarde quente.
Lembras-te?!...



Ah, aquele vento antes da chuva!...
Abraço quente arrepiado;
vórtex a cantar mistério
e depois… a chuva,
para depois o sol espalhar a sorrir
o aroma do amor consumado da chuva
caindo sobre o ventre-fêmea da terra vermelha
exalando telúrico e misterioso momento:
odor ardor perfumado sem verbo
poeta e poema para cantá-lo.







Namibiano Ferreira

16 de dezembro de 2008

LUAR



Pérolas soltas chovendo
à boca marítima do iodo nocturno
vêm descansar de mansinho
à flor da prata líquida a bailar
quietude perplexa e mística.







Namibiano Ferreira

14 de dezembro de 2008

SUL...






Naquela manhã do Sul
trazias os dedos abertos a passar ventos
e os teus braços a desejar os céus,
eram tempo incendiado,
disseminado à invocação digital
dos imbondeiros ao sol
chorando múcuas negras de veludo.





Namibiano Ferreira

10 de dezembro de 2008

A FOME



No Reino Unido deita-se ao lixo quase um terço da comida que se compra. Isto representam 6.7 milhões de toneladas de comida desperdiçada ao longo do ano....

(Créditos: The Independent – 16/03/2007)



Gorda obesa,
a Fome imensa
suga apetitosamente
teu corpo, corpinho
mirrado morrendo
na sombra pútrida
dos becos e musseques
da cidade... do Mundo...
– Ghettos!
Diz-se... e basta!

de
vaga
ar
de
vaga
ar
zinho..................................



Namibiano Ferreira

IMANÊNCIA




No palato encantado
do jardim
dos meus ouvidos
há música aprisionada
a vogar no poema
imanente
oculto no orvalho
colorido da Poesia
mas livre e solto
na
voz verdadeira
arco-íris do Povo.



Namibiano Ferreira