No dia 8 de dezembro foi um dia especial. Foi a formatura da minha filha na London Metropolitan University. Londres é sempre um lugar especial a visitar mas teve mais encanto, neste dia. Reparto com vocês esta pequena homenagem.
Para a minha filha Rafaela, no dia da sua formatura.
Rasgam o sol as buganvílias em flor
roxas lilases vermelhas num beijo...
E tu és um vento, brisa branda,
anunciando a Primavera
onírica que não havia
no saguão iluminado,
dias da minha juventude.
És uma pequena garroa
teimosa mas doce soprando
tua alma de Namibe também;
és a calema forte e audaz
na força do mar que te vem do sul
lutador e forte sobre a praia
da arte xávega que te vem d’Ovar.
No teu nome bailam as pérgolas
roxa-lilás e vida-carmim
das buganvílias a derramar
inebriantes garridas cabeleiras
pela varanda acesa ao sol
do sapalalo velho da minha infância.
Talvez não saibas... mas tu és
a buganvília mística em flor
a brotar dentro de mim num grito
algures perdido na terra quente
onde eu nasci coração-welwitschia
para, ao luar da diáspora, ser ulungo
a vijar no mistério platina deste bailado
que é a vida e ser, orgulhoso, teu pai
e tu, minha eterna buganvília rendada,
a desabrochar beleza acetinada na prata
enluarada do teu solário sorriso.
Sapalalo – casa de madeira
Arte xávega – técnica artesanal de pesca na costa portuguesa, entre Espinho e Mira. Ovar, fica pelo meio e é a terra de minha esposa.
Ulungo – canoa.
Namibiano Ferreira
08/12/2009
Buganvílias do Namibe - Av. Bonfim (foto Alex. Correia)
4 comentários:
Nami,
São verdadeiros momentos de glória, esses em que vemos um filho saltar mais uma barreira na vida.
E tu eternizas esse momento num belo poema ornado de buganvílias luxuriantes, de todas as cores.
Que me lembram as acácias...
Parabéns, meu amigo!
Um abraço
Bonito como de certo é sua filha. Ela deve ter ficado contente. Eu adoraria uma coisa assim no dia da minha, o que tive, no entanto, foi gente querendo furtar a beca.. rsrs...
Um beijo.
Meg, tens razao, sao grandes momentos de glória!!!
Obrigado minha amiga,
kandandu
Nina, muito obrigado, bem quanto a um poema foi falta de sorte...
Kandandu
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