Imbondeiro - Angola
são espúrios ao bailado do kissanje
e os dias arrastam-se azedos,
uma kissângua que não fermenta...
Sobre a paisagem verde do Norfolk
uma demência alienada de vento
frio, húmido de cinzenta tristeza
sopra alvoraçando os laivos de ferrugem
correndo sobre a relva, musgo carnudo,
como pequenos animais endiabrados
e quase lembrando as folhas mortas
da mulembeira no princípio do cacimbo
mas sem a alma e a força do bafo tropical.
Os carvalhos, pulmões descarnados,
perdem-se nas ramificações solitárias
de brônquios, bronquíolos e alvéolos.
São árvores despidas do místico sentido
das chuvas frementes que hão-de vir,
são pálidas imitações dos imbondeiros...
Namibiano Ferreira
Carvalho - Inglaterra
6 comentários:
Sempre um bom poema poema, né Namibiano! e este carvalho, este Imbondeiro, puta madre! dá vontade de tatuá-los em minha pele como se tatuam em meu ser, como me tatuo neles. hm, dá vontade de nos deitar ali e ficar a sonhar idílios...
estou lendo um livro "hadriana en touts mes rêves", de um haitinao lá do jacmel que, putz, agora não lembro o nome (depois lhe digo)... ele usa muitas palavras em dialeto criolo, o apêndice ao final do livro tem mais 5 páginas de dizeres. uma obra-prima da terra dos vodoos, onde sonho e realidade se fundem...
um beijo.
Poema bem bonito Namibiano,
O imbondeiro é Imponente, um símbolo da angolanidade!
kandandu!
Nina, gostei da irreverencia do seu comentário: "puta madre!" Pode querer o Imbondeiro merecia ser tatuado na pele, na alma... na Eternidade.
Eu trago-o tatuado na Alma, existirá sempre um poema falando dos Imbondeiros na minha poesia porque eles fazem parte de mim.
Kandandu
Obrigado, Rosa.
Como disse anteriormente haverá sempre um poema meu a falar de Imbondeiros... estao-me tatuados na Alma.
"O imbondeiro é Imponente, um símbolo da angolanidade!"
Kandandu
Nami,
Que bem sentes o nosso imbondeiro!
E esses carvalhos, descarnados e sem cor...
uma demência alienada de vento
frio, húmido de cinzenta tristeza...
Só estas palavras já me provocam um arrepio.
O Imbondeiro, vou levá-lo comigo, não resisto.
Um abraço
Olá Meg,
O que estiver neste blog, podes levar contigo, se for a minha poesia só é preciso mencionar o autor e se quiseres o blog.
Kandandu
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