Mãos
Mãos desenham
raízes dos cânticos da terra
Geram vida na
identidade da flor entre o espírito da letra
Engendram salmos na
inserção da cruz às preces das dores
Mãos são séculos de
páginas aos joelhos de Fátima
São lágrimas ao
altar do desespero
Herança de morte
Lírios em mãos de
carrascos
Pombal à porta de
ladrões
Filho de mulher à
boca do lixo
Feridas gangrenadas
sobre pontes quebradas
Assim construímos
África nos cursos de herança e morte
Quando a crosta
romper os beiços da terra
O vento ditará a
sentença aos deserdados
Um feixe de luz
constante na paginação da história
Cada ser um dever e
um direito
Na voz ferida todos
os abismos deglutidos pela esperança
Amélia Dalomba
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