Olaripo’tivelêeee…*
-Eh!
-Nainduka! -Eh!
-Matxiririka! -Eh!
E palavras
mãos batidas ao luar do peito
entrelaçam cumprimentos
saudações matinais.
Dias de sol
espargem do céu
o presente matinal de luz
gazelas cirandam
e no trilho das boiadas
os pastores Kuanhamas
vêm cantando
enquanto o chão levanta
sem canseiras
omufitos de seios ao vento
e ao mesmo tempo
sobre a anhara luzidia
uma voz vem perguntando
lá do fundo imtemporal do Tempo:
- Quem matou o rei do Kuanhama?
Namibiano Ferreira*Primeira estrofe saudações em idioma Kuanhama, Sul de Angola, provincia do Cunene.
Omufitos – areia fina, que voa facilmente com o vento.
Anhara – savana.
3 comentários:
"E palavras
mãos batidas ao luar do peito
entrelaçam cumprimentos
saudações matinais."
Senti todo o poema assim...
Um beijo.
Uma bela saudação para pronunciar
uma pergunta que jamais deverá calar-se!
Kandandu
A abertura pensei que fosse do Yorubá.
Muito interessante as línguas e dialetos deste mundo.
Poema do cotidiano com suas peculiaridades.
Meu abraço
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