Foto: Jorge Coelho Ferreira

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POEMAS DE NAMIBIANO FERREIRA

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14 de julho de 2010

ENCRUZILHADA


E no desmaio dos dias
lúcidos de loucura
procuro o momento
navalha que não perdi...

A lógica pútrida
que passa
é filha de um tempo
marxista
vestindo agora
nos lobbies do poder
as marcas capitalistas.

Namibiano Ferreira

7 comentários:

Unknown disse...

Prezado Amigo ,
Gostaria muito de publicar artigos e poemas de sua autoria,em Literacia na ediçao de agosto- seção Africanidades.
Caso aceite meu convite, poderia mandar seu material e mini-bio para : nana@virtualtelecom.com.br
Meu fraterno abraço, anamerij
[Editora Literacia]

cirandeira disse...

Esse poema é mesmo cortante, atingiu a jugular!!!

Kandandu

vieira calado disse...

Compartilho do que diz, amigo!

Saudações poéticas

Maria Clara disse...

Olá, boa noite.
Teria imenso gosto em publicar no meu blog alguns poemas seus. Se acaso aceitar, fico muito honrada e agradecida.
www.tukayana.blogspot.com

Muadiê Maria disse...

DUAS FESTAS NO MAR



Uma sereia encontrou
um livro de Freud no mar.
Ficou sabendo de coisas
que o rei do mar nem sonhava.

Quando a sereia leu Freud
sobre uma estrela do mar,
tirou o pano de prata
que usava para esconder
a sua cauda de peixe.
E o mar então deu uma festa.

E no outro dia a sereia
achou um livro de Marx
dentro de um búzio do mar.

Quando a sereia leu Marx
ficou sabendo de coisas
que o rei do mar nem sonhava
nem a rainha do mar.

Tirou então a coroa
que usava para dizer
que não era igual aos peixinhos.
Quebrou na pedra a coroa.

E houve outra festa no mar.

Sosígenes Costa
(1934)

L. Rafael Nolli disse...

Poema cortante! Muito bom! Abraços.

Lisarda disse...

Namibiano, tão luzido quanto lúcido.
Em Argentina é coisa frequente a desideología explícita na indumentária.