Foto: Jorge Coelho Ferreira

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POEMAS DE NAMIBIANO FERREIRA

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13 de outubro de 2005

NÉVOAS




Lobito - Restinga




Vão-se os gorjeios em dias
vazios de sons.
Sobre estas calçadas
frias de granito
não há nada que seja
tempo
som
vento
cheiro bom.
Tudo flui! Tudo é nada!
Só a voz longe-longe das quitandeiras
do Lobito
ressoam ao vento-pregão
percorrendo Caponte e Compão:
-Xi fèrreraaa, mariquitaaa...
enchendo o ar da saudade
de tempo-peixe
de tempo-cheiro
condensado em novelos de cacimbo,
névoa, nada e mais nada.





Namibiano Ferreira

Publicado nas Antologias:
In Resist(ir) Assim - Poesia a Doze
Editorial Minerva (2000)

In II Antologia de Poetas Lusófonos
Folheto Edicoes (2009)



Quitandeiras – vendedouras de peixe ou fruta.
Cacimbo – nevoeiro, tempo da estação seca.

3 comentários:

ELCAlmeida disse...

Xi-cachuchooo, eh pargoo...
Obrigado por trazer dois dos meus bairros a este poema.
Kandando
Eugénio Costa Almeida

titorosa disse...

bua pa te felicito jovem me sinto mui feliz de saber levares teu talento lado a lado com todas as coisas boas da nossa terrra entre as dunas e o deserto magnifico pena nao mais podermos volver as nossas praias ( fundao ilha cabo negro saco da baleia) enfim nos furtaram ao tempo a que tinhamosa o direito mas... fica feliz jovem

xistosa, josé torres disse...

Ao ver estas imagens, até me vieram as lágrimas aos olhos.
Fui OBRIGADO a ir para Angola, de 04de Agosto de 1969 a 12 de Março de 1972.
Fui um revoltado. Corri do Norte mais norte de Cabinda, (Miconje), ao Sul mais sul, Luiana.
Passai por Teixeira de Sousa, Casombo, Mavinga, no Leste.
Nambuangongo, Zala, na altura que se fez a "picada", para ligar a Zalala.
Visitei Moçâmedes, onde uns primos direitos do meu pai, tinham uma fábrica de farinha de peixe.
Não me recordo do nome, eram africanos, (uma parte da minha família), um era conhecido pelo João Mole.
Conheci Porto Alexandre, fui levar presos ao forte de Roçadas.
Conheci Naulila e para rematar, os primeiros 3 meses, foram em Záu-Évua, perto de S. Salvador do Congo.
Luanda, nunca me seduziu, apesar de ter estado 3 meses no Quifangondo, a poucos quilómetros do Cacuáco.
Corri Angola revoltado e castigado.
Tenho 60 anos mas não queria morrer sem lá voltar.
Os senhores da guerra parece que abrandaram. Não devem ter armas para vender e rastilhar conflitos.
Fomentam os conflitos, vendendo nos dois lados da barricada.
Só quero que me autorize a publicar no meu Blog, versos seus. (colocarei o autor, como é minha obrigação)
Li tudo e não é bajulação, é a verdade, GOSTEI !!!
Voltarei! Até breve!