na noite
do leopardo
só se vê os olhos
A. Barbeitos
A noite da escuridão
tem os olhos do leopardo
faiscando diamantes.
Leopardo: fere o meu coração;
aguça os meus sentidos;
crava, usa tuas garras;
não deixes o sal
arrefecer o sangue da poesia;
não deixes a rocha
tecer o casulo da ignorância;
não deixes o cacimbo
cristalizar a alma do poeta.
Viverei eu, assim, eternamente cantando
estes e outros versos insanos e selvagens
torcidando meus sentidos,
dispersando a alma nos teus olhos leopardo,
no fulgor suave das noites
e na fúria brava das calemas.
Namibiano Ferreira
6 comentários:
muito bom o seu blogue, gostei e irei divulgá-lo para os meus amigos do Brasil.
abraço!
"não deixes o sal
arrefecer o sangue da poesia;"
Qual o porquê de "sal" entrar nos seus poemas ?
Eu sou capaz de saber a razão, mas gostava de saber a sua.
Gostei deste poema e da foto do "Leozinho".
Novo look, para Poesia angolana.
Grandioso imbondeiro, que com sua sombra nos consola quando o sol imperdoavelmente queima-nos não só a pele, mas a alma,sua majestade nos impressiona, sua raridade nos emociona e seus frutos nos refrescam ( É verdade o sumo de múcua é saborosíssimo). Eu amo inbonderos tenho uma foto muito linda tirada ha 2 anos na Barra da Kwanza...uma beleza.
Rosa Muhongo.
Rosa, tambem eu fico fascinado pela beleza do imbondeiro... algo de sagrado e mistico rodeia a existencia desta arvore!!!Tenho algumas poesias que falam sobre eles e as suas mucuas.
Kandandu
Roubei!
Um abraço aqui do Sul
kandandu
Eugénio Almeida
Caríssimo Namibiano Ferreira:
Sou igualmente angolana, do Lobito e estou a preparar uma exposição/livro de fotografia sobre Angola. Algumas das fotografias terão um suporte escrito, sobretudo poemas. Para este efeito venho solicitar-lhe autorização para inserir o seu poema MÚCUAS para ilustrar as minhas fotos dos imbondeiros e múcuas.
Aproveito para felicitá-lo pelo seu trabalho.
Fico a aguardar a sua resposta.
Ao dispor.
Maria Pernadas (opandulanet@gmail.com)
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