No dia 03 de Junho (3ª feira)
pelas 18H00 será lançada no Camões – CENTRO CULTURAL PORTUGUÊS (Av. de Portugal, nº 50) a obra “O REINO DAS
CASUARINAS” da autoria de José Luís Mendonça.
Apresentação da obra pelo escritor António Panguila.
A obra “O Reino das Casuarinas” relata a história de sete angolanos vítimas
dio síndroma da amnésia auto-adquirida provocada por traumas que viveram
durante a guerra em Angola, no período compreendido entre 1961 e 1987. Durante
o internamento no Hospital Psquiátrico de Luanda, o grupo decidiu evadir-se
para fundar um Estado na Floresta da Ilha de Luanda, denominado “Reino das
Casuarinas”.
O Narrador chamado “Nkuko”, mutilado de guerra e impotente devido a uma
agressão que sofreu na infância, vai desfiando a história de cada um dos
personagens, procurando identificar as causas do estado de perturbação de cada
um deles. Conta para tal com a ajuda de um gato chamado “Stravinski”, com
particulares dotes musicais, que ele trouxe da ex-Alemanha Democrática, quando
terminou os estudos como bolseiro. Como personagem central, destaca-se o
“Primitivo”, presente ao longo de toda a narrativa, que tenta, em vão, resgatar
valores e verdades ideológicas. Os outros seis personagens (a rainha
“Eutanásia”, o “Povo do Polvo”, o “PAM”, o “Profeta”, o “Katchimbamba”, e o
“Cruz Vermelha”) foram vítimas de agressões pessoais, religiosas e políticas.
A obra evoca episódios que marcaram a história recente de Angola. Da guerra
colonial, à independência, passando pelo conflito interno que perdurou durante
largos anos depois da independência, até às dissidências internas
político-religiosas.
O objectivo idealista do grupo dos sete “alienados” de transcender a
realidade insatisfatória com a criação de um Estado democrático, acaba também
por ser defraudado devido à ambição de poder de um deles, que decide pôr termo
à vida de todos, quando se preparavam as primeiras eleições livres naquele
projecto de país utópico.
José Luís Mendonça, nascido em 1955 no Golungo Alto, licenciado em Direito,
é jornalista, escritor e poeta por excelência. Foi no Musseque do Cazenga, onde
viveu a infância e a juventude, que se inspirou para fazer os seus primeiros
poemas. Segundo o Prof. Francisco Soares “é dos nomes relevados ao longo dos
anos 80 na poesia angolana, que se destaca pela vitalidade, rigor e
continuidade da produção”. Entre as obras de poesa publicadas, citam-se: “A
Chuva Novembrina” (Prémio Sagrada Esperança em 1981), “Gíria de Cacimbo” (1987)
e “Respirar as Mãos na Pedra” (Prémio Sonangol 1988).
José Luís Mendonça actualmente, dirige e edita o quinzenário “Cultura –
Jornal Angolano de Artes e Letras”.
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