Leito seco do Rio Kuroka.
O Kuroka agora vai seco.
Não admira, é Setembro...
Um pouco mais a Sul
há ventos de areia
cercando a cidade de cabeleiras protectoras,
por todo o lado corre um cheiro intenso a peixe.
Esta é a terra dos cabeças-de-pungo!
Entre cacimbo que passa e vento que sopra
o tempo espreguiça-se sobre dunas.
Há peixe seco e cheiro intenso de peixe
secando escalado ao sol e ao sal do deserto.
Sobre as eiras longas estendidas solarengas
secam farinhas de peixe e guano.
O tempo em Tombwa, mangonheiro sem igual,
corre, assim, ao sabor,
ao odor de peixe-mar-vida.
E sobre as eiras vazias mangonheiras
- estendidas nos frios do entardecer -
um vento cruel atira às pernas nuas dos miúdos
pequenos grãos de tempo-nada que magoam.
Namibiano Ferreira
O Kuroka agora vai seco.
Não admira, é Setembro...
Um pouco mais a Sul
há ventos de areia
cercando a cidade de cabeleiras protectoras,
por todo o lado corre um cheiro intenso a peixe.
Esta é a terra dos cabeças-de-pungo!
Entre cacimbo que passa e vento que sopra
o tempo espreguiça-se sobre dunas.
Há peixe seco e cheiro intenso de peixe
secando escalado ao sol e ao sal do deserto.
Sobre as eiras longas estendidas solarengas
secam farinhas de peixe e guano.
O tempo em Tombwa, mangonheiro sem igual,
corre, assim, ao sabor,
ao odor de peixe-mar-vida.
E sobre as eiras vazias mangonheiras
- estendidas nos frios do entardecer -
um vento cruel atira às pernas nuas dos miúdos
pequenos grãos de tempo-nada que magoam.
Kuroka - Rio da província do Namibe, só leva água no período das chuvas.
Cabeças-de-pungo - o mesmo que cabeças-de-peixe, nome que se dá aos naturais da cidade de Tombwa (Porto Alexandre) mas também aos da cidade do Namibe (Moçâmedes).
Mangonheiro - Preguiçoso.
Namibiano Ferreira
1 comentário:
Roubei-lhe o Rio ...
Um abraço.
Tenho andado fugido.
Até pedidos do Brasil tenho para publicar poemas ...
Os meus vão ficando para trás.
talvez tenha tempo de encher uma garrafa e saia um livro.
Tudo de bom para o mei amigo.
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