Foto: Jorge Coelho Ferreira

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POEMAS DE NAMIBIANO FERREIRA

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11 de maio de 2013

OCILONGWA: OMBANGULO VONJO (PARÁBOLA: A COMUNICAÇÃO NO LAR)


Retirado do blog de Gociante Patissa: http://ombembwa.blogspot.co.uk/
Umbundu, língua nacional angolana de origem Bantu e com mais de 4 milhoes de falantes. A língua africana mais falada em Angola. Esta estória faz-me lembrar Mestre Tamoda do escritor Uanhenga Xitu.


UMBUNDU

Kwakala ukwenje umwe okuti, omo ka solele upange wokulima, wavanja upange vocakati kolupale waye. Vokwenda kwoloneke, yu wainda loku lilongisa elimi lyoputu. Lo ame layo vo yafetika okuvokiya.
Eteke limwe, vokwenda oku ñwalañwala, wasokolola okulya osanji lovakamba vaye konanya. Okwiya wosika ndona yaye hati:
— “Ó mulher, vou trazer meus 'migos. Tráta lá aquilo!” (eye ka longisa oputu yaco ku ndona).
Vokutyuka, weya yapa lesanju, lesolo kumosi. Pwãi hati ndivanjiliya pevindi, osanji alopo yeyi yivanja pevindi, ka yapondelwe, ka yatelekelwe.
— “Mas, ó mulher”, osanji kwa yitelekele?
— Sio! — Ukai watambulula, lelyanjo.
— “Mas eu não disse trata lá aquilo”?
— Oco mwenle ndapanga. Omo okuti walinga heti tala tala kilu, ndasima siti ukwetu mbi wasakalala lombela. Oko mwenle ndalaaaaña loku tala tala kilu, ndamuna wacinuma.

(Wasapuila ko kota lyange Rosa Ngueve Gociante Patissa)

PORTUGUÊS

Era uma vez um jovem que, por não gostar de ir à lavra, arranjou um emprego na urbe da sua localidade. E foi aprendendo a língua portuguesa com o tempo, o que veio a estar na base do aumento da vaidade.
Certo dia, enquanto saía para um passeio, entendeu que voltaria com os amigos para o almoço, dando à esposa a seguinte orientação:
— Ó mulher, vou trazer meus ‘migos. Trata lá aquilo! (ensina já a língua portuguesa à coitada da mulher, nada!).
Voltava, alegre, com aquela água na boca de quem espera degustar uma “galinha gentia” bem guisada, e tal… Só que, para a sua surpresa, a galinha continuava no canto, viva, não guisada.
— Mas, ó mulher, não cozinhaste a galinha?
— Não! – respondeu, nas calmas, a mulher.
— Mas eu não disse trata lá aquilo?
— Foi isso mesmo que fiz. Passei o dia a espreitar o céu, ainda pensei que tivesses alguma paranóia com a chuva. Tal como mandaste (tala tala kilu), não fiz outra coisa o dia todo.

(Chegou-me através da irmã mais velha Rosa Ngueve Gociante Patissa) 

2 comentários:

António Eduardo Lico disse...

Uma história deliciosa.

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Grato pelo eco. Cumprimentos de Benguela