Viriato da Cruz (poeta angolano)
Quase todos os dia chove.
O sol não se dilui na face
dos nossos desejos.
Aqui, cada dia mais a Norte,
a luz de Inglaterra
é a infinita verdura espalhada
pelos campos do Norfolk
às vezes cerceados pelo manto
das vestes outonais
e o verde do Norfolk é uma sede
na aridez do meu deserto...
E o que sei de mim
está no suspenso da tarde
- agonia cinzenta -
onde caminho relendo
os poemas do Viriato.
Os poemas choram
no assobio triste
deste vento outonal
e os poemas do Viriato
já não são em si mesmos
o Viriato na pessoa
de sua voz.
E por entre uivos
do silêncio tagarela
tudo se perde
na voracidade verde
que não satisfaz
a clorofila tropical
da minha alma.
Namibiano Ferreira
Quedas da Kalandula (Malanje - rio Lucala)
Li teu poema "Amaresia" na página de Janaína. Agradeço a ela o prazer de me trazer aqui e conhecer a 'melodia' que escorre de tua poesia.
ResponderEliminarKandandu
E por falar no grande nacionalista, intelectual e poeta Viriato - aqui lindamente homenageado - tinha ganho o prémio Nacional de Literatura deste ano, mas depois ´le receberam ´mbora com ele´!
ResponderEliminarMaravilha Namibiano. Maravilha.
Oi Namibiano, tudo bem?
ResponderEliminarVim te conhecer e gostei do que li no seu sidebar "Sobre MIM", você está certíssimo.
Cheguei até aqui pelo blog da Janaina.
Mais uma vez me deliciei com suas palavras. Por aqui também chove muito, mas lá fora; aqui dentro o coracao está em paz e feliz!
Um abraco
Namibiano mais um magnifico poema. Gostei muito
ResponderEliminarÉ um prazer visitá-lo
Kandandu
Carmo
Oi,
ResponderEliminarhá uma surpresa no Balaio de hoje.
Melhor dizer: surpresas.
Kandandu/abraço.
Clarice Ge, muito obrigado pela sua visita e espero continuar a ter suas vistas.
ResponderEliminarKandandu
Mano Décio, dizes bem um nacionalista, um grande intelectual e um dirigente do MPLA. Tristes noticias sobre o Viriato, bem mas ele (nem a gente sabe bem porque) se tornou num filho bastardo no seio do próprio Partido. Mistérios...
ResponderEliminarKandandu
Georgia, seja bem vinda a esta minha Ondjira Sul ou seja, Caminho/Rota do Sul. Tenho de agradecer a Janaina por este novos leitores.
ResponderEliminarKandandu e espero suas visitas.
"Namibiano mais um magnifico poema. Gostei muito
ResponderEliminarÉ um prazer visitá-lo"
Carmo, minha querida leitora, nao sei bem explicar a razao, mas sinto-me em dívida para consigo. Os seus comentários sempre tao gentis e o gosto que nutre pela minha poesia, como posso agradecer-lhe convenientemente?
Nao tenho outro modo que escrever mais e mais poesia, sempre que ela me ACONTECER!!
bjs
Kandandu
Moacy, gostei da surpresa e da excelente companhia no Balaio de hoje. Obrigado!
ResponderEliminarKandandu
Venho retribuir-lhe a visita e o kandandu amigo.
ResponderEliminarPena termos que ler os poemas do Viriato tao longe da nossa (e dele) terra, pois eu tambem me encontro em Inglaterra...
Mas e' sempre reconfortante saber que a sua memoria e legado continuam vivos neste mundo que ele tao profundamente sentiu e viveu.
Kandandu
Koluki, nao podemos esquecer a obra do grande Viriato da Cruz, há quem o queira ver morto na memória dos angolanos mas a sua obra é imtemporal e a História terá, mais cedo ou mais tarde, que fazer jus á sua obra de poeta, intelectual e nacionalista.
ResponderEliminarKandandu e obrigado pela visita.
Viva o 11 de Novembro!