9 de novembro de 2009

O MERCADO DE BENFICA - LUANDA

Luanda - A agitação de carros e homens começa cedo no Mercado do Benfica, o mais tradicional mercado artesanal do país, a sul da capital Luanda. Turistas e nativos, amantes de arte ou meros curiosos, buscam ali diariamente, sobretudo aos fins-de-semana, criativas lembranças feitas em pura madeira africana.

Aberto há duas décadas na comuna do Benfica, município da Samba, o espaço tornou-se referência para quem se desloca a Angola, servindo de fonte para os ateliers luandenses.
O Mercado do Benfica já foi maior territorialmente e com a realização de obras nos arredores, ocupa hoje uma área geográfica de aproximadamente 300 metros de comprimento e 40 de largura, preenchida por mais de mil vendedores legalizados.
Abre-se ao público de terça-feira a domingo, mas é ao fim-de-semana, principalmente aos sábados, que a agitação atrai quem circula pelas proximidades, a caminho das praias locais, ou em busca propositada de máscaras e demais peças de artesanato, feitas em pau ferro, preto, rosa ou cinza.



Algumas esculturas do Pensador.

 
Nessa praça artesanal, a diversidade é grande, a criatividade chama atenção e as obras expostas reflectem, cada uma com um toque especial, a cultura tradicional e etno-linguística de vários povos de Angola.

A oferta ultrapassa de longe o número de compradores, maioritariamente turistas. Todavia, nunca falta quem queira levar uma peça autêntica ou simples réplica de produtos já internacionalizados, como o Pensador (obra-prima de harmonia e simetria da linha, típica do povo Lunda-Cokwe, parte nordeste do país).
É de baixo de sol ardente ou sob frio de rachar que homens e mulheres afinam a máquina do "marketing" pessoal, para atrair clientes às coloridas bancadas de um mercado, onde vão à mostra, todos os dias, mais de dez mil peças de artesanato.
Como em outros locais de Luanda, o Pensador está entre as mais caras, pelo seu simbolismo antropológico e
pela dificuldade que encerra na sua produção.


Máscaras tradicionais
 
 
Mas o comprador encontra muito mais alternativas. Máscaras de referência, como Mwana Pwo, estatuetas de santas, da mulher mumuíla e de caçadores, bem como bonecos em formato de elefante, rinoceronte girafas (…) constam das bancadas.

No centro do mercado encontram-se também quadros de artes plásticas de diversos tamanhos, feitos com técnicas modernas, além de roupas com as cores e símbolos da bandeira nacional. A distribuição é aleatória, pelo que peças de missanga e cestos diversos, feitos à base de esteira, ocupam uma das alas da feira.
Os preços podem ir dos mil e 500 aos 80 mil kwanzas ou mais. Tudo passa pelo tamanho da peça. Um elefante pequeno, feito de pau rosa, custa sete a oito mil, enquanto um leão de 70 por 80 centímetros pode atingir 80 mil kwanzas. Esse é o mesmo valor de um rinoceronte, com as mesmas dimensões.







Todas as fotos da net.


(Texto de Elias Tumba, adaptado)

4 comentários:

  1. Ai meu Deus, tudo o que eu quero é conhecer este mercado! :-)
    PS - Sabe que meu marido e eu tivemos uma chácara (= quinta) que se chamava ... Luanda?

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  2. Adoro mercados onde tudo se mistura, artes e bugigangas, gente de todo lugar.
    Kandandu

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  3. Janaína, este é um mercado que os amantes de artes e da arte africana em particular nao podem perder... é bonito pelas cores e formas expostas. De resto é como todos os mercados cheios de VIDA.
    Kandandu

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  4. Clarice, mercado é VIDA, também gosto dos mercados, uma forma de conhecer melhor um povo e uma cultura é visitar os mercados.
    Kandandu

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Obrigado pela visita e comentário!