Para a Meg, que tanto adora as acácias rubras em flor, está no tempo delas florirem ao longo das ruas e avenidas de Luanda, de Benguela... de Angola.
Naquela manhã do Sul
chovia Novembro
no falar do calendário e os dedos dos dias todos
traziam búzios e ventos
a passar os teus braços
abertos a desejar os céus,
eram tempos incendiados
no soar místico das marimbas
disseminando a invocação
rubra das acácias ao sol
chorando pétalas
sangue de veludo
mágoas passadas
no construir hodierno
da paz ndele de voar
sobre acácias rubras
florindo Novembro
de permanentes açucenas.
Namibiano Ferreira
Ndele - garça branca/boieira.
Excelente, meu amigo, excelente.
ResponderEliminarUma de suas aliterações
("e os dedos dos dias todos")
lembra famoso cordel nordestino
("um dedo um dado um dia")
na peleja de Cego Aderaldo com o
cego Zé Pretinho. Mas o seu poema
tem uma dimensão própria, que não tem nada a ver com o cordel citado.
Kandandu/Abraço.
Uma retificação, meu caro:
ResponderEliminarCego Aderaldo com Zé Pretinho.
Kandandu.
namibiano:
ResponderEliminarobrigado pela sua atenção.
sobre os meus poemas, publique o que você desejar.
um grande abraço.
romério
Nami, meu amigo,
ResponderEliminarNum dia menos bom, como ´me soube bem este teu carinho...!
As acácias que tanto amo, são uma bençãp de cor a iluminar o meu coração e a minha alma. Hoje|
E o poema. Nami... eate poema vou levá-lo comigo para publicar um dia destes, no mês das acácias.
Obrigada por te lembrares desta amiga.
Kandandu
De repente senti-me em Luanda... e no Luso-Moxico, onde havia esta cor nas ruas
ResponderEliminarLindo. E lindo o poema que acompanha a cor.
sonhadora
Namibiano,
ResponderEliminarA pesquisa esta a ser feita, entre amigos e conhecedores do Kimbundu.
Pistas:
Lundulula quer dizer > Despejar,
as quedas caem como quem despeja a àgua de algum recipiente, talvez o significado passe longe disso, mas ja é um começo.
Até breve,
Kandandu.
Moacy, meu caro, obrigado pela sua presenca. Aprecio bastante a poesia popular, mas devo confessar que nao conheco poetas populares brasileiros (uma pena concerteza).
ResponderEliminarA poesia é, sem dúvida, um mistério, encontro por vezes versos de outros poetas que me lembram os meus próprios versos e na altura que os escrevi nem conhecia esses poetas nem a sua obra. A aliteracao de menciona saiu assim de sair, isto é, nao foi pensada, como eu costumo dizer, aconteceu!!
Sabe, por vezes penso que o poeta é como se fosse um cavalo de santo, creio que é a expressao certa, pois tanto é o mistério que envolve a criacao artistica... Os estudiosos falam e criam filosofias e ciencias para "medir" a arte mas fica, sempre, tanto por explicar e entender conveniente e satisfatoriamente.
Kandandu
Romério, meu obrigado. Voce já está em "Cores & Palavras",
ResponderEliminarKandandu
Meg, estava reescrevendo este poema porque em Novembro sempre me lembro das acácias em flor... e depois o teu amor por elas veio á baila e resolvi oferecer-te o poste, com sincera amizade. Ainda bem que calhou num dia mau...
ResponderEliminarJá sabes que tens autorizacao para levar o que quiseres, tenho confianca no teu blog e na tua pessoa.
kandandu e um bjinho
Sonhadora, obrigado pela visita. Sim, eu lembro do Luso (actual Luena)em fotos e slides, havia muitas acácias pelas ruas. Vivi no Luau (Teixeira de Sousa) e também lá havia acácias ao longo da avenida principal.
ResponderEliminarKandandu
Rosa, muito obrigado pela ajuda.
ResponderEliminarRealmente já é uma pista
"Lundulula quer dizer > Despejar,
as quedas caem como quem despeja a àgua de algum recipiente, talvez o significado passe longe disso, mas ja é um começo."
Sim, talvez o significado seja mais profundo que o verbo. Neste momento o que me mete certa curiosidade é o prefixo "ka", se nao estou errado, tanto significa negacao como sentido de pequeno... bem o melhor é esperar para ver.
Obrigado e grande kandandu
Belíssimas acácias, Namibiano! Gosto de todas elas: brancas, amarelas, mas as vermelhas são realmente as mais belas! E o poema é tão belo quanto ás acácias. Creio que tens razão. O mistério da criação é algo inexplicável, se dá sob qualquer forma de arte, é o mistério da própria vida!
ResponderEliminarQue bom temos novembros vermelhos,
cheios de cor, repleto de VIDA!
Kandandu
Namibiano estou rendida á sua poesia e a África que não tenho o prazer de conhecer. Quantas histórias o meu amigo tem contadas e para contar. Era capaz de passar dias a ouvi-lo
ResponderEliminarKandandu
Carmo
Lindas fotos e poemas, carregados de acácias rubras.
ResponderEliminarObrigada pelo sentir África que seu espaço oferece.
Namibiano, cada vez que as portas de ONDJIRA SUL se me abrem e que a música paira no ar ao ritmo quente da África onde nescemos, sinto um estranho conforto e sei que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena", como diz o poeta.
ResponderEliminarObrigada.
Um abraço forte.
Kandandu.
Namibiano, seu "Amaresia" está no enredosetramas, espero que goste.
ResponderEliminarPS - Não consigo fazer com que os dois últimos versos se desloquem um pouco para a direita, devido à minha dificuldade com a internet.
Cirandeira, as acácias, todas elas sao belas, concerteza. Mas o meu coracao é rubro como as acácias rubras a dancar vermelhas nos olhos doces de Novembro.
ResponderEliminarKandandu
Carmo, sempre o meu mais sincero obrigado pelas suas vindas e visitas. África é algo que nao tem meio termo, ou se ama ou se odeia. Eu tenho o prazer e a alegria de a AMAR e de lá ter nascido.
ResponderEliminarTenho, realmente muitas história, minha amiga, mas algumas sao tristes também.
Kandandu
Madalena, seja sempre bem vinda aqui, onde Angola mora nao só no meu coracao mas também nas veias deste blogue.
ResponderEliminarConcerteza que "tudo vale a pena quando a alma nao é pequena" e a Alma nunca deve ser pequena mas grande como o Mundo, quente e afável como África.
Kandandu
Janaina, já visitei e obrigado. A posicao dos últimos versos nao muda o sentido do poema, por isso tudo bem, é só uma questao visual.
ResponderEliminarKandandu