Recebi este comentário da minha querida amiga e poeta Sílvia Câmara, do blog Brisapoética http://brisapoetica.blogspot.com/ e pela natureza da resposta que tenho de fazer achei por bem fazê-lo através desta postagem.
“Caro Namibiano, o seu texto foi postado e editado em voz, na minha modesta opinião, lindamente, pela gestora dos Blog e site Plataforma para a poesia. Infelizmente, alguem intitulada Maria, dizendo-se sua filha, está tumultuando a edição do Plataforma.
Por faavor, gostaria que vc se manifestasse no Blog do Plata, confirmando a autorização para postar seus poemas, ou então teremos que retira-lo.
Eu, na qualidade de colaboradora, tenho a obrigação de alimentar os poetas que indiquei e, se for desautorizada por vc, não mais publicarei seus poemas.
Penso que deve ser algum equivoco, mas gostaria que vc nos orientasse.
um abraço, Poeta”
Cara Amiga Sílvia,
Quero antes de tudo o mais lhe dizer o quanto fico feliz por você gostar da minha poesia e por a ter levado (com minha permissão) para o site Plataforma Para a Poesia, podendo assim ser apreciada por outras pessoas que não têm acesso ao meu blog. Quando me foi pedida autorização para levar o poema “Nascer em Namibe Tombua Mirabilis” nunca ninguém me solicitou, me pediu ou me informou que este poderia vir a ser declamado e editado em vídeo. Neste segundo caso eu teria pedido que gostaria de ver/ouvir o trabalho antes de publicado. Devo dizer que é para mim uma honra ser o primeiro poeta africano na Plataforma e é por certo também uma honra que alguém se interesse em declamar um poema de minha autoria. Agora quando vamos a público e mostramos nossos trabalhos estamos nos expondo à crítica daqueles que têm espírito crítico. E aqui não há nada a fazer porque vai haver sempre quem gosta, quem não gosta e quem fica nas meias tintas ou então aparecem aqueles que para bajular e etc e tal dizem baboseiras da boca para fora só para agradar e ficar bem com o autor, o amigo, ou o que seja.
Eu nao sei bajular, ou gosto ou não gosto e, muito honestamente não gostei NADA da maneira como o poema foi dito e se não reagi de imediato foi por consideração a quem levou de boa fé e de sincera amizade (ainda que virtual) o poema em questão para o dito site, isto é, a minha querida amiga Sílvia Câmara, que por acaso é das mais antigas pessoas a colocarem comentários neste lugar. Por sua amizade que já vai durando a idade deste blog eu resolvi não comentar de imediato. Quando o decidi, já não era possível comentar, tinham, democraticamente, retirado a opção de qualquer cidadão se manifestar e opinar. Acto marcadamente anti-democrático e contra a livre expressão do pensamento. Portanto, o site Plataforma, tem um elevado deficit de verdadeira Democracia.
De facto, Sílvia, a Maria que você fala, e que ainda teve a oportunidade de postar um comentário, é minha filha, uma adolescente de 14 anos com um sentido muito crítico e com muita maturidade, uma mocinha muito responsável e excelente estudante. Foi por ventura ela malcriada ou abusiva? Bem, eu li o comentário e não me pareceu, simplesmente manifestou o seu desagrado pela forma como o poema foi dito. E por este acto de livre expressão de pensamento o site Plataforma acha que a minha filha está tumultuando a edição do Plataforma (isto para usar palavras textuais). Tumultuar? Vocês sabem o que isso quer dizer? Vou ao dicionário e transcrevo de lá o que se segue: Tumultuar – iniciar à desordem; agitar; amotinar; rebelar-se; fazer grande barulho; insurgir-se. Não me digam que ela fez isto tudo com um único comentário?
Não me vou alongar muito mais sobre o que eu penso desta reacção do Plataforma....
E quanto à declamação?
Agora, amiga Sílvia, quanto à declamação do poema: é óbvio que não gostei!
As minhas sinceras desculpas para contigo mas não creio que a declamadora, pelo menos neste caso particular, tenha sido feliz e não partilho contigo a opinião que tenha sido lindamente declamado pela gestora do Plataforma. Não sei silenciar as minhas ideias, por isso meus poemas nem sempre agradam e também não sei esconder minhas emoções por isso escrevo. E a você, Sílvia, que é minha leitora, sobretudo AMIGA e pessoa que muito estimo tenho que lhe dizer: eu não poderia ser falso esboçando um sorriso de crocodilo quando a minha Alma diz NÃO!
E porque não gosto como foi dito o poema?
Vários são os motivos:
1 – Não há sentimento no modo de dizer, há uma imensa linearidade, um poema da terra africana que ficou sem a força da terra-mãe. África, Angola e o grandioso Deserto do Namibe ficaram castrados, sem a força telúrica que os caracteriza.
2 – Nascer em Namibe Tombua Mirabilis, é um poema (e eu detesto analizar os meus poemas) que está dividido em duas partes, a saber: as primeiras 11 estrofes são de morte ou de quase morte e não existe, por parte da declamadora, uma diferenciação de tonalidade entre a primeira parte e a segunda que se inicia com o abraço fraterno que sela esse pacto anímico (eterno) entre o poeta e a sua terra-mãe, acabado de sair “de uma quase morte”. Do momento de quase morte passa-se para um renascimento, há Vida, há Futuro e a exaltação que se segue do amor do poeta pela sua terra natal é expressa, pela declamadora, com a mesma tristeza com que inicia o poema, não existe VIDA não existe ALMA no modo como o poema é dito.
3 – Resultado, ao escutar este poema assim declamado, perde-se todo o interesse por ele. O que transparece é que a senhora nao SENTIU, nao interiorizou o poema, ou não entendeu, o que até é normal, pois África não é fácil de se entender mas tão fácil de amar. Talvez eu tenha minha quota de culpa porque nao traduzi as palavras do português de Angola.
4 – E por último, já nem menciono a pobreza das imagens do vídeo mas não é por aí a busílis da questão... o grande problema está nas palavras ditas, na manifesta falta de timbre, falta de sentimento (falta de muito “sentir”), falta de força, falta de expressão, desculpem a sinceridade, não sou puxa-saco, a declamação está moribunda.
Nota final
Sílvia, já dei a você autorização para levar o poema em questão e essa autorização é para todo este blog, ficando somente de me avisar. Se o site Plataforma não quiser publicar mais os meus poemas não há problema, se ficaram melindrados pelo direito que me assiste de livre e democraticamente expressar a minha opinião, é problema deles eu continuarei escrevendo e publicando aqui no meu bloguezinho. Vou tumultuando por aqui, minha amiga (risos). Nós africanos estamos já habituados a certas discriminações, sabemos que somos, para certas mentes, filhos de um deus menor, mas nós, claro, não acreditamos nisso.
Sílvia, creio não ter sido, de maneira alguma rude ou inapropriado com este texto. E como é meu apanágio ficam os comentário abertos até que o blog exista e a Internet também.
Um sincero e profundo abraço de Amizade e Poesia.
Obrigado pelo seu carinho, poeta!
O poema que alude o texto (Nascer em Namibe Tombua Mirabilis) encontra-se publicado aqui http://poesiangolana.blogspot.com/2009/05/esta-e-minha-terra-namibe-angola.html , bem como o referido comentário.
Namibiano Ferreira
K. Lynn, 16/06/2009
Video do poema declamado
“Caro Namibiano, o seu texto foi postado e editado em voz, na minha modesta opinião, lindamente, pela gestora dos Blog e site Plataforma para a poesia. Infelizmente, alguem intitulada Maria, dizendo-se sua filha, está tumultuando a edição do Plataforma.
Por faavor, gostaria que vc se manifestasse no Blog do Plata, confirmando a autorização para postar seus poemas, ou então teremos que retira-lo.
Eu, na qualidade de colaboradora, tenho a obrigação de alimentar os poetas que indiquei e, se for desautorizada por vc, não mais publicarei seus poemas.
Penso que deve ser algum equivoco, mas gostaria que vc nos orientasse.
um abraço, Poeta”
Cara Amiga Sílvia,
Quero antes de tudo o mais lhe dizer o quanto fico feliz por você gostar da minha poesia e por a ter levado (com minha permissão) para o site Plataforma Para a Poesia, podendo assim ser apreciada por outras pessoas que não têm acesso ao meu blog. Quando me foi pedida autorização para levar o poema “Nascer em Namibe Tombua Mirabilis” nunca ninguém me solicitou, me pediu ou me informou que este poderia vir a ser declamado e editado em vídeo. Neste segundo caso eu teria pedido que gostaria de ver/ouvir o trabalho antes de publicado. Devo dizer que é para mim uma honra ser o primeiro poeta africano na Plataforma e é por certo também uma honra que alguém se interesse em declamar um poema de minha autoria. Agora quando vamos a público e mostramos nossos trabalhos estamos nos expondo à crítica daqueles que têm espírito crítico. E aqui não há nada a fazer porque vai haver sempre quem gosta, quem não gosta e quem fica nas meias tintas ou então aparecem aqueles que para bajular e etc e tal dizem baboseiras da boca para fora só para agradar e ficar bem com o autor, o amigo, ou o que seja.
Eu nao sei bajular, ou gosto ou não gosto e, muito honestamente não gostei NADA da maneira como o poema foi dito e se não reagi de imediato foi por consideração a quem levou de boa fé e de sincera amizade (ainda que virtual) o poema em questão para o dito site, isto é, a minha querida amiga Sílvia Câmara, que por acaso é das mais antigas pessoas a colocarem comentários neste lugar. Por sua amizade que já vai durando a idade deste blog eu resolvi não comentar de imediato. Quando o decidi, já não era possível comentar, tinham, democraticamente, retirado a opção de qualquer cidadão se manifestar e opinar. Acto marcadamente anti-democrático e contra a livre expressão do pensamento. Portanto, o site Plataforma, tem um elevado deficit de verdadeira Democracia.
De facto, Sílvia, a Maria que você fala, e que ainda teve a oportunidade de postar um comentário, é minha filha, uma adolescente de 14 anos com um sentido muito crítico e com muita maturidade, uma mocinha muito responsável e excelente estudante. Foi por ventura ela malcriada ou abusiva? Bem, eu li o comentário e não me pareceu, simplesmente manifestou o seu desagrado pela forma como o poema foi dito. E por este acto de livre expressão de pensamento o site Plataforma acha que a minha filha está tumultuando a edição do Plataforma (isto para usar palavras textuais). Tumultuar? Vocês sabem o que isso quer dizer? Vou ao dicionário e transcrevo de lá o que se segue: Tumultuar – iniciar à desordem; agitar; amotinar; rebelar-se; fazer grande barulho; insurgir-se. Não me digam que ela fez isto tudo com um único comentário?
Não me vou alongar muito mais sobre o que eu penso desta reacção do Plataforma....
E quanto à declamação?
Agora, amiga Sílvia, quanto à declamação do poema: é óbvio que não gostei!
As minhas sinceras desculpas para contigo mas não creio que a declamadora, pelo menos neste caso particular, tenha sido feliz e não partilho contigo a opinião que tenha sido lindamente declamado pela gestora do Plataforma. Não sei silenciar as minhas ideias, por isso meus poemas nem sempre agradam e também não sei esconder minhas emoções por isso escrevo. E a você, Sílvia, que é minha leitora, sobretudo AMIGA e pessoa que muito estimo tenho que lhe dizer: eu não poderia ser falso esboçando um sorriso de crocodilo quando a minha Alma diz NÃO!
E porque não gosto como foi dito o poema?
Vários são os motivos:
1 – Não há sentimento no modo de dizer, há uma imensa linearidade, um poema da terra africana que ficou sem a força da terra-mãe. África, Angola e o grandioso Deserto do Namibe ficaram castrados, sem a força telúrica que os caracteriza.
2 – Nascer em Namibe Tombua Mirabilis, é um poema (e eu detesto analizar os meus poemas) que está dividido em duas partes, a saber: as primeiras 11 estrofes são de morte ou de quase morte e não existe, por parte da declamadora, uma diferenciação de tonalidade entre a primeira parte e a segunda que se inicia com o abraço fraterno que sela esse pacto anímico (eterno) entre o poeta e a sua terra-mãe, acabado de sair “de uma quase morte”. Do momento de quase morte passa-se para um renascimento, há Vida, há Futuro e a exaltação que se segue do amor do poeta pela sua terra natal é expressa, pela declamadora, com a mesma tristeza com que inicia o poema, não existe VIDA não existe ALMA no modo como o poema é dito.
3 – Resultado, ao escutar este poema assim declamado, perde-se todo o interesse por ele. O que transparece é que a senhora nao SENTIU, nao interiorizou o poema, ou não entendeu, o que até é normal, pois África não é fácil de se entender mas tão fácil de amar. Talvez eu tenha minha quota de culpa porque nao traduzi as palavras do português de Angola.
4 – E por último, já nem menciono a pobreza das imagens do vídeo mas não é por aí a busílis da questão... o grande problema está nas palavras ditas, na manifesta falta de timbre, falta de sentimento (falta de muito “sentir”), falta de força, falta de expressão, desculpem a sinceridade, não sou puxa-saco, a declamação está moribunda.
Nota final
Sílvia, já dei a você autorização para levar o poema em questão e essa autorização é para todo este blog, ficando somente de me avisar. Se o site Plataforma não quiser publicar mais os meus poemas não há problema, se ficaram melindrados pelo direito que me assiste de livre e democraticamente expressar a minha opinião, é problema deles eu continuarei escrevendo e publicando aqui no meu bloguezinho. Vou tumultuando por aqui, minha amiga (risos). Nós africanos estamos já habituados a certas discriminações, sabemos que somos, para certas mentes, filhos de um deus menor, mas nós, claro, não acreditamos nisso.
Sílvia, creio não ter sido, de maneira alguma rude ou inapropriado com este texto. E como é meu apanágio ficam os comentário abertos até que o blog exista e a Internet também.
Um sincero e profundo abraço de Amizade e Poesia.
Obrigado pelo seu carinho, poeta!
O poema que alude o texto (Nascer em Namibe Tombua Mirabilis) encontra-se publicado aqui http://poesiangolana.blogspot.com/2009/05/esta-e-minha-terra-namibe-angola.html , bem como o referido comentário.
Namibiano Ferreira
K. Lynn, 16/06/2009
Video do poema declamado
Amigo Nami,
ResponderEliminarEstou contigo e sem palavras.
Um bom fim de semana num abraço
Puxa que bom a filha a defender justamente pai. Maravilha!
ResponderEliminarSolidarizo-me contigo Namibiano. Concertza que deve haver respeito sobre o trabalho alheio.
Meg, minha cara amiga, muito obrigado pela solidariedade.
ResponderEliminarKandandu
Décio, meu mano e poeta, tua presenca é muito aprecida e estimada. Obrigado pela solidariedade. A filha foi em defesa do pai mas sem ninguém lhe pedir. Maria tem um espírito muito crítico, foi sua a decisao. Pena que apagaram o comentário dela lá na Youtube.
ResponderEliminarKandandu, meu mano!!
Olá Fabiano Ferreira.
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Caro Poeta e amigo Namibiano, li com cuidado as suas reflexões e as entendi, assim como entendi a maneira como Claudia, a editora do Plataforma, homenagear, ainda que em sotaque pernambucano, a poesia do 1º poeta angolano que publicamos. Não houve, por parte dela, a análise do poema à luz da gênese, mas à luz da homenagem.
ResponderEliminarQuando eu disse alguem chamado Maria - não houve qualquer tentativa de denegrir a imagem de quem quer que fosse, apenas como, via internet estamos sujeitos e abertos ao mundo, assim como Maria é sua filha - e que bom - poderia não sê-lo, concorda?
Ficam aqui os nossos sinceros pedidos de escusas pelo malentendido. Achei por bem atribuir este nome: malentendido, tanto de nossa parte quanto da vossa e o desejo de que a Poesia seja sempre mais, muito mais.
Fiat Lux!!!
um abraço.
P.S. A demora na postagem deveu-se a uma viagem para caminhadas em lugares onde não há internet e somente há dois dias regressei.
outro abraço e meus respeitos à Maria.
Cara Sílvia, Amiga e Poeta,
ResponderEliminarLi sua mensagem e entendi seus pontos de vista, amiga. Mas vamos de imediato por uma pedra sobre este assunto, o que tinha de ser falado já foi dito. Os seres humanos têm mais é de se aproximar naquilo que os une e não naquilo que os separa. Muitas vezes (veja este nosso caso) elas são pontuais e despiciendas. Vamos nos focalizar no que nos une como amigos e poetas, a POESIA que por certo nos merece mais atenção e carinho.
Exorcisámos fantasmas vamos continuar nossa caminhada no sendeiro iluminado da Paz e da Poesia.
Desculpas aceites a todos os envolvidos e apresente meus sinceros votos de Paz e Harmonia para a senhora que habilmente gere o Pltaforma há tantos anos e tenho a dizer que é, de facto, um grande projecto, por isso o vou linkar ao meu blog. E mil desculpas pela sinceridade de minhas palavras e muito obrigado pela homenagem.
Mais uma vez lhe deixo a permissão, caso queira, de continuar a levar meus poemas para o Plata.
Sílvia, receba deste seu Amigo e poeta um grande e sincero kandandu (abraço) a angolana.
Obrigado, Poeta!!
(vai ser publicado, também, no seu Brisapoética)