Para Dinah
Cantei o
teu nome no burburinho de pérolas
balbuciando
o rufar das manhãs lascivas de prata.
Toquei o
teu corpo, guitarra de curvas-enseadas,
eu pescador
lançando rede no mar do teu sargaço
aberto como
ventre de algas ao fluxo da maré.
Nos lábios
tesos, órficos da noite, plantei a brasa
que lança a
asa do meu querer a rogar teu corpo
púlpito de
aras mansas e claras de um templo
consagrado a
escorrer vermelhas buganvílias
com que
visto o prelúdio quente do meu desejo.
Navego teu
corpo, nua humidade de um búzio,
concha
rosada e aberta para receber a seiva
a descer, a
cair do remo fálico a remar-te
timoneiro
num grito de estretor e prazer
de nossos
corpos saciados mar de calemas
marulhando o
verbo amar na nudez ao luar.
Namibiano Ferreira
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