"obrigado
por me teres dado a "Mena", a Irmã que nunca tive
Numa das longas
conversas,
Que tive com
minha Avó
Perguntei-lhe se
conhecia Benguela.
A minha Avó
respondeu-me:
Conhecer eu não
conheço,
Mas já ouvi falar
dela.
Perguntei-lhe, se
conseguia,
Num mapa
localizar.
Ou por seus olhos
cansados
Ou porque o mapa
era velho.
Precorreu-o de
alto a baixo
Não conseguiu
encontrar.
Para eu não ficar
triste,
Pediu-me lápis de
cor,
E em seu estilo
Naiff,
Sobre uma folha
branca,
Com o castanho
fez vários riscos,
Com o vemelho fez
bolinhas
Chamou-lhe
Acácias em flor.
Dum lado e de
outro de um morro,
Desenhou duas
baías.
Que mais pareciam
contorno,
De dois seios de
mulata.
Com o azul pintou
o mar,
Com o amarelo fez
um sol,
A uma chamou-lhe
Azul.
A outra
chamou-lhe Farta.
Três praias mais
desenhou,
A uma chamou
Caota...
E Caotinha à mais
pequena.
Mais ao lado,
para mim,
A mais bonita...
Chamou-lhe praia
Morena
Com o mesmo azul
da praia,
Fez um rio.
A preto pintou um
barco...
Com o amarelo
bananas,
De resto tudo era
verde...
Chamou-lhe rio
Cavaco.
Segurou naquele
desenho,
Como não sabia ao
certo,
Em que lugar no
mapa,
Deveria colocar!
Disse-me escuta
meu neto.
Quando para o sul
viajares
E chegares a uma
cidade
Com praias
maravilhosas,
Com acácias
floridas,
E muitas mulheres
bonitas,
Nas ruas ou à
janela.
Pára...
Porque ou já é,
ou estás perto
Dessa Cidade tão
linda,
A que chamam de
Benguela.
Olimpio C. Neves
(Angola)
Belíssima poesia.
ResponderEliminarAbraço560medpt