16 de setembro de 2009

MUSAMBWANGA




A loucura dos imbondeiros
arranhando os céus de catuíti
profetizam Ondjira-Hulu
– o caminho do céu no cacimbo –
onde Ombera está esperando
a chuva prometida de Nzoji
hoje perdida na hora e no sopro
do Vento Leste assassinado.


Namibiano Ferreira




Musambwanga – deve ler-se mussambu (oração) + uanga (feitiço).
Catuíti – pequena ave azul.
Ondjira – caminho.
Hulu – céu.
Cacimbo – a estação seca.
Ombera – chuva.
Nzoji – sonho.

6 comentários:

  1. Muito bom, meu caro,
    e o glossário facilita uma melhor compreensão do poema. Aliás, grato pelas informações prestadas em comentário no Balaio. Também já publiquei um poema de João Tala, mas a sua publicação divulgada (ainda) é pquena, não? Por questões "bloguístico-editoriais", evito publicar textos (poemas/contos) que me parecem longos.

    Um abraço.

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  2. Meu caro,
    você está no Balaio.
    Indiretamente.

    Um abraço.

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  3. Namibiano

    Que seja bem-vindo o que é bom e necessário.

    Essa árvore é uma coisa impressionante!

    Dias felizes para ti.

    Abraços.

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  4. lindos versos - belíssima árvore - obrigada por me dar a cohecer novas palavras!
    kandandu

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  5. Namibiano, poema enternecedor, até porque não sei qual a razão, o imbondeiro sempre me fascinou.

    Kandandu

    Carmo

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  6. Obrigado a todos pelos vossos comentários e visitas. O imbondeiro (andasonia digitata) é uma árvore fascinante e que facilmente se reconhece na paisagem. Ela é muito importante no misticismo dos povos de Angola e de facto, pelo seu porte, merece esse estatuto mistico e mítico.
    Kandandu

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