12 de fevereiro de 2015

DOIS POEMAS DE ARLINDO BARBEITOS


Oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde

teus olhos
não são estrelas
não são colibris

teus olhos
são abismos imensos

onde na escuridão
todo um passado se esconde

teus olhos
são abismos imensos
onde na escuridão
todo um futuro se forma

oh flor da noite
onde todo o orvalho se perde

teus olhos
não são estrelas
não são colibris


       Arlindo Barbeitos  (Angola Angolê Angolema) 


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no tempo
em que as pacaças entravam
                   pelos povoados
o vôo alvoraçado das perdizes
carregava sonhos
que
a mãozinha inerme de criança
feliz
agarrava ao lusco-fusco dos muxitos
no tempo
em que as pacaças entravam
                   pelos povoados

                  Arlindo Barbeitos (Na leveza do luar crescente)

1 comentário:

  1. Gostei muito destes poemas de Arlindo Barbeitos, poeta que desconhecia...
    Obrigada por partilhar.
    Beijo.

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