16 de janeiro de 2015

SAUDAÇÃO MATINAL



Olaripo’tivelêeee…*
-Eh!
-Nainduka! -Eh!
-Matxiririka! -Eh!


E palavras
mãos batidas ao luar do peito
entrelaçam cumprimentos
saudações matinais.


Dias de sol
espargem do céu
o presente matinal de luz
gazelas cirandam
e no trilho das boiadas
os pastores Kuanhamas
vêm cantando
enquanto o chão levanta
sem canseiras
omufitos de seios ao vento
e ao mesmo tempo
sobre a anhara luzidia
uma voz vem perguntando
lá do fundo imtemporal do Tempo:


- Quem matou o rei do Kuanhama?

Namibiano Ferreira
*Primeira estrofe saudações em idioma Kuanhama, Sul de Angola, provincia do Cunene.
Omufitos – areia fina, que voa facilmente com o vento.
Anhara – savana.

3 comentários:

  1. "E palavras
    mãos batidas ao luar do peito
    entrelaçam cumprimentos
    saudações matinais."
    Senti todo o poema assim...
    Um beijo.

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  2. Uma bela saudação para pronunciar
    uma pergunta que jamais deverá calar-se!

    Kandandu

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  3. A abertura pensei que fosse do Yorubá.
    Muito interessante as línguas e dialetos deste mundo.
    Poema do cotidiano com suas peculiaridades.
    Meu abraço

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