Dedico esta postagem ao Fernado Ribeiro
Os ovakuvale são um subgrupo da etnia Herero, do qual compreendem, em Angola, os ovakuvale (mucubais ou kuvales), os ovahimba (himbas) e os ovadimba (dimbas). O seu idioma é o tchiherero, que é falado por todos eles com algumas variações. São povos semionómadas, agropastoris, mas esencialmente pastores, a agricultura é pouco praticada e, em alguns casos, muito precária.
Foto: autor desconhecido.
Foto: Luca Gargano
ADULTERANDO ÁLVARO DE CAMPOS
Uma mulher
Mukubal e tão bela como a Vénus de Milo
o que há é pouca
gente para dar por isso.
Depois de onze
girassóis florindo Novembro
ainda há pouca
gente para dar por isso
e uma mulher
Mukubal é mais bela que a Vénus de Milo.
ÓOOO - ÓOOOOOO -
ÓOOOOOOOOOOOOOOO
(o vento no
deserto.)
Namibiano
Ferreira
In Resist(ir)
Assim - Poesia a Doze
Editorial Minerva
Foto: Luca Gargano
Foto: Alfred Weidinger
NOTA:
1- O chapéu que estas senhoras ovakuvale, trazem à cabeça chama-se erembe.
2- Por vezes escrevo mucubal,
usando o plural mucubais, isto é a designação portuguesa ou aportuguesada. Em tchiherero,
a raiz do nome é -kuvale, no singular usa-se omukuvale (daí deu em português a
palavra mucubal, sendo o plural ovakuvale. Segue-se a mesma regra para os
himbas: omuhimba – ovahimba e para os dimbas: omudimba – ovadimba. Para quem não
sabe, as línguas bantas fazem os plurais no início das palavras e dividem-se em
classes nominais, com seus respectivos prefixos para singular e plural. Este sistema
de prefixação também se aplica aos verbos, adjectivos, numerais e pronomes.
Mulheres assim tão belas merecem toda a Poesia.
ResponderEliminarAbraço.
Muito obrigado pela dedicatória e também pela referência ao meu blog na outra postagem. Não precisava de se dar ao trabalho. Fiquei sem jeito.
ResponderEliminarHá a beleza negra que sua poesia traduz, uma beleza muitas vezes ignorada ou vista com outros olhos, que a ofusca.
ResponderEliminarAqui belos exemplares de como esta beleza se faz presente.
Bom ir aprendendo vocabulos em sua pagina.
Somos um poço de historia.
António, a beleza das mulheres, em qualquer latitude, merece milhares de poemas.
ResponderEliminarFernando, nao precisa ficar sem jeito, eu sei o quanto voce gosta destas coiosas angolanas.
Toninho, obrigado pelas suas palavras, gosto das suas visitas.
Obrigado a todos.