Conseguimos
com o vento nos cabelos
bassular o tempo
cortar as amarras
e fugir…
voar como pirilampos
por cima das montanhas
e dos vales
resplandecentes de luz…
correr pelas praias
de cinza vulcânica
com cristais de sal
brilhando nos corpos nus…
e os nossos olhos
abertos ao horizonte
buscavam perdidamente
aquilo que de nós
ficou ecoando
numa outra dimensão…
… as ondas
como tambores
faziam fluir até nós
orgias crepusculares
que nos incendiavam…
comungámos assim
dia após dia
oceânicas tristezas
diluindo o tempo
ao contacto puro
do gelado elemento…
cantámos ternura em cada abraço
e sembámos velhos ritmos
que nos deram vida…
da árvore perdida
voltámos a percorrer
os seus eumbos…
da terra largada
voltámos a ser felizes
no seu solo…
Jorge Arrimar
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