À memória de
Luzia Bettencourt M., minha mãe.
Um cafuné
mãezinha
Um cafuné na
minha carapinha
Mimos e carícias
nos meus cabelos
Numa brincadeira
de assim
Meu cabelo ruim
E teu cafuné a
embalar meus pesadelos!
Um cafuné na
minha carapinha
Teus dedos mãezinha,
rios
E estrelas nos
receios
E caminhos dos
meus cabelos
Teus dedos
tranquilos
A me afagarem
assim mãezinha!
Um cafuné a
embalar meus medos
E o amor a brotar
e a jorrar
Na minha
carapinha
Que eu oiço a voz
do luar
Mãezinha
Oiço o luar nos
teus dedos!
Um cafuné e
conta-me estórias
E sabedorias:
“Era uma vez, o
coelho e o macaco…”
Uma estória de
carapinha
A adormecer
noitinha
E eu durmo o
embalo do teu cântico!
Os caminhos do
dia correm pantanosos
Os silêncios da
noite misteriosos
Eu em medos e
manias
À espera das tuas
estórias
Teu cafuné
mãezinha
A adormecer-me a
carapinha!
Oh! A noite é
dura
E eu durmo
insónias na noite escura
A sonhar teu
cafuné mãezinha
Minha carapinha
castanha
Meu cabelo ruim
À espera
mãezinha, num cafuné de assim!
Um cafuné
mãezinha
Um cafuné na
minha carapinha!
Luanda, 20 de
Janeiro de 2007.
Décio Bettencourt
Mateus
in Xé
Candongueiro!
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