No prémio Literário Valdeck Almeida de Jesus 2010, Brasil, tive uma mençao honrosa com o poema abaixo:
REGRESSAR DE NOVO
Partir no rio de Kalungangombe*
e, depois, quando voltar de novo,
hei-de vir montado na garupaviva das boiadas andarilhas
pele a cantar ngomangombe**
levantando no peito do ar
um mar de poeiras a festejar
e eu, calçando meus nonkakos,***
serei um pastor Ovakuvale****
conduzindo meus bois
na árida oferta da terra Namibe.
Namibiano Ferreira (no site do prémio foi publicado o meu nome Joao José Ferreira)
* Aglutinação de duas palavras: kalunga + ngombe (boi). Neste sentido é um ente espiritual que acolhe o espírito dos mortos no outro mundo.
** Ngoma (tambor) e ngombe (boi), aglutinacao feita pelo autor.
*** Sandálias feitas com pneus de automóveis e usadas pelo povo mukubal e outros do deserto.
**** Povo (mucubal, kuvale) do deserto do Namibe do grupo etno-linguístico dos Hereros/Helelos, idioma Tchiherero.