Dedico este poema ao meu país, ao Povo angolano, meu mestre de poetar; para os meus antepassados que me ensinaram o sol da Igualdade entre todos os Homens e que eles se medem pela pureza das suas almas e não por outro e qualquer requisito mesquinho. Aos primeiros poetas angolanos que li aos 10 anos de idade e que ainda hoje, marcam a minha poesia, refiro-me a Aires de Almeida Santos e Viriato da Cruz, outros vieram depois. À minha família que construí aqui, em latitudes europeias, à minha mulher, que sempre acreditou no meu talento e me encorajou nos dias mais cinzentos e aos meus filhos, aos meus mais belos poemas, dois rubis e duas esmeraldas, poemas que construí conjuntamente com a mulher da minha vida, poeta também. E a vocês leitores que fazem a minha modesta poesia acontecer todas as vezes que a lêem.
Obrigado, Baketu, Twapandula, Sakidila, Kusakwila...
O Pensador
OFERTA... NGIZOLANGOLA (Amo Angola)
Ainda não sei escrever o poema que te queria oferecer.
Oh minha terra, amor a galopar na cacunda negra da palanca!
Oh minha terra, amor a crescer nos braços infinitos da welwitschia!
Procuro, na monotonia racional dos dias europeus e cruéis,
o poema e as palavras que façam jus do som a ferver kissanje,
do tamborilar-chuva da marimba e da alma a vibrar mbulumbumba,
zagaia a zunir o sorriso do povo de mão aberta no abraço sincero de dar.
Oh minha terra que vives no gargalhar iluminado de sol de uma bela mulher
kwanhama e da simplicidade matinal do povo a caminho da lavra saudando
wananguê os dias verdes de malaquite e das palmas cantadas no átrio ngoma
do coração do rapaz nganguela ascendendo na poeira aurífera da boiada
gritando na esquina do momento o canto aberto à alma do infinito:
–Moro Kèniii!
–Naindukaaa!
–Matxiririkaaa!
.......................................................................................................................
E eu, na lonjura dos dias magros de sol, respondo: –Eh! a cada grito saudado
e proferido, batendo minhas palmas na alma de meu coração, ngoma solitária
ainda a cheirar a mafumeira talhada no kimbo onde as mulheres tagarelando
canções batem o compasso pilando massango dando mais música à saudade
e trazendo, nos dias ingleses de smog, à varanda húmida, fria dos meus lábios
um sorriso de te dizer gritando: Oh minha Mátria! Oh minha terra!
Oh minha renúncia impossível! Oh minha terra! Oh minha Frátria!
Ainda... e ainda não sei escrever o poema que te queria oferecer.
Namibiano Ferreira
ANGOLA, AVANTE!
Ó Pátria, nunca mais esqueceremos
Os heróis do quatro de Fevereiro.
Ó Pátria, nós saudamos os teus filhos
Tombados pela nossa Independência.
Honramos o passado e a nossa História,
Construindo no Trabalho o Homem novo,
(repetir os dois últimos versos)
CORO
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade,
Um só povo, uma só Nação!
(repetir coro)
Levantemos nossas vozes libertadas
Para glória dos povos africanos.
Marchemos, combatentes angolanos,
Solidários com os povos oprimidos.
Orgulhosos lutaremos pela Paz
Com as forças progressistas do mundo.
(repetir os dois últimos versos)
Letra: Mário Rui Monteiro
Música: Rui Mingas
Lindas imagens..
ResponderEliminarLindas palavras...
Um blog de amor a terra...
Uma paixão...linda paixão...
Vim através da Janaina Amado..e fiquei encantada.
Parabéns!!!
Super beijos,
Regina.
A liberdade tem que ser celebrada. Sempre. E o poema se fez...
ResponderEliminarNami,
ResponderEliminarOs sentimentos chegam a ser contraditórios, meu caro!
Hoje é um dia de muitas emoções, de muitas memórias.
Parabéns pelo belo post... e pelo hino...
Um grande abraço
Regina, obrigado pelas palavras. Aguardo encontra-la mais vezes por aqui.
ResponderEliminarKandandu
Nydia, é isso mesmo, a Liberdade tem que ser sempre celebrada.
ResponderEliminarObrigado!
Meg, obrigado.
ResponderEliminarA viver é estar no meio de muitos sentimentos e momentos...
Bj
Nami
Esta saudade nostálgica da terra dói o escrever do poeta.
ResponderEliminarE o poema fez-me lembrar um pouco o poeta angolano António Jacinto em "Poema de Alienação" - salvo se estiver errado.
Vocês aí fora sofrem as saudades e distância da terra que conheceram e amam. Nós aqui – alguns – sofremos alguns rumos, e as nossas gentes sofridas de sempre sofrerem ...
Tens toda a razao, Décio, mas dentro do possível tenta-se estar sempre do lado dos que realemnte SOFREM, embora quando se está fora se torne mais difícil, pelo receio de se nao ser exctamente verdadeiro... No fundo, a saudade nao é um sofrimento mas uma certa forma de resistir.
ResponderEliminarKandandu