Este é um dos cinco poemas, de Namibiano Ferreira, editados na II Antologia de Poetas Lusófonos. Os outros sao: Olombera, Rosto, Névoas e Fala de Mama Zefa.
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PÁGINA DE UM DIÁRIO QUE O VENTO (CHEIRANDO A CADÁVER E PÓLVORA) TROUXE ATÉ MIM
Olha tanta paz a pingar do cajueiro
como pingos gordos de sangue.
Olha tanta fartura de paz a escorrer das varandas
buganvílias de minha mocidade...
Olha tanta PAZ, meu Deus, tanta PAZ!
E uma menina -criança ainda-
chorando no Kuíto - Bié, hoje em mais um dia
de guerra em que fomos bombardeados
pelos mig's das FAPLA; e obuseados
pelos mísseis das FALA.
Na mata, onde fugimos, fingindo nos esconder,
um menino está para nascer: talvez ele seja
Jesus Candengue, nossa promessa de PAZ...
-É véspera de Natal, algures no Bié!
(Dezembro 1998)
Namibiano Ferreira
Olá,
ResponderEliminarEngraçado poderia jurar que deixei um comentário aqui ontem, mas vamos lá, adorei sua visita e espero que volte sempre. Sobre as receitas todas são aprovadas, pode fazer sem medo.
Visitei seu outro blog e continuo considerando vc uma pessoa muito talentosa e de rara sensibilidade.
Abrs.
Este poema ja li. E gostei muito. Ainda bem que esta na Antologia. Melancolico, mas bonito e bem apanhado. Gostei muito da "tanta paz a pingar do cajueiro"!
ResponderEliminarEm bom estilo mano.
Fátima eu li o outro seu comentário no email. So dei conta do desaparecimento quando vc postou este último. Já é a segunda vez que isto acontece com comentários nos meus blogues, estranhezas do mundo virtual!!!
ResponderEliminarObrigado e seja sempre bem vinda.
Oi mano Décio, tens razao, este poema estava no blogue Para Nunca Mais a Guerra, retirei-o de lá quando participei na Antologia. Concordo contigo, pois nao podemos esquecer o sofrimento da guerra no corpo e na alma do povo e do país.
ResponderEliminarKandandu mano!!
Ao poeta namibiano e a todos os poetas de África, o nosso especial convite:
ResponderEliminarQueremos convidar nossos irmãos de África a participar no projecto de edição solidária.
www.7pecados.blogtok.com