25 de setembro de 2007

A MINHA ALMA




1.
A minha alma é uma adição.
Uma alma tatuada de sal e sombras negras;
palanca muito negra ao suave entardecer;
cisne branco em voos de plumas prateadas.


A minha alma não é uma alma.
É uma adição, uma alma
marchetada de batuques e adufes,
de sabores de pêssego e desejos de cajú.
Bialma - biface alvo-negro -
sonho, utopia,
adição de sal e carvão.


Mas a minha alma,
lá no secreto produto é palanca pedindo,
a cada esquina da vida,
o bafo das noites insufladas de mistério.

2.

A minha alma é um grande imbondeiro
querendo em desespero louco e furioso
alcançar, numa ânsia pertinaz e infinita,
os céus, os deuses, as brumas divinas...
.............................................................


Ah perdição alucinada de braços e mãos!
Uma completa e turva oração digital
um puro desejo atormentado.



Namibiano Ferreira












9 comentários:

  1. Belo e imenso... como as imensamente belas terras africanas!!! Parabéns... de um Português de nacionalidade, Moçambicano de nascença... africano de alma e coração!

    Convido-te também para o Letras Dispersas (www.letrasdispersas.com), onde seria uma grande honra ver os teus escritos!!

    um abraço
    Chuabo

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  2. Convite para visitar a Página de Poesia "Janela da Minha Rua". Visite-me e deixe o seu precioso comentário em http://janeladaminharua.blogspot.com... em breve será lançado o livro de poesia "Quem sou eu?", que terei o prazer de lhe oferecer um exemplar.

    Dilma Damasceno

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  3. a poesia é uma arma poderosa contra a canalha do mundo.É uma arma a favor dos povos e de todas as gentes do mundo.Toda gente que sofre e sente as dores desses crimes cotra a humanidade é a voz que se levanta nos quatro cantos do mundo. Tua poesia é uma voz profunda e forte contra os que querem da vida só os crimes.

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  4. Viva!
    Tudo bem?
    Comunico qie nomeei um poema seu para o Caneta de Ouro 2007
    (Para a Domingas e o Francisco)



    A tarde,
    Vibrando calor e suor
    Desceu sobre a cidade
    E vieram gotas
    Líquidas de cristal
    Acordar cheiros e sons...
    Sobre um telhado qualquer
    A prata tamborilava
    Uma velha melodia
    E um raio de nada
    Despertou
    Recordações e lembranças:
    –Cantigas tamborilando em telhados de zinco.
    .
    Publicado em TUESDAY, JUNE 19, 2007
    Um abraço
    VN

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  5. "A minha alma é uma adição"...

    Com quanta força começa este poema! e segue, forte e belo...

    E a fotografia também me encanta.

    Um abraço grande, Namibiano.

    Tania

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  6. Belissimo o poema.
    Acarreta aquele cheiro e sabor de terras africanas, que deixam marcas profundas em corações saudosos.

    Adorei

    bjgrande

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  7. Muito bonito este poema.
    Obrigada por ter colocado o link e valeu a força pro meu sarau.
    kandandu,
    Martha

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  8. Uma adição que revela o quanto lhe vai na alma. Bela poesia.

    Beijos rabiscados.

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