1.
A minha alma é uma adição.
Uma alma tatuada de sal e sombras negras;
palanca muito negra ao suave entardecer;
cisne branco em voos de plumas prateadas.
A minha alma não é uma alma.
É uma adição, uma alma
marchetada de batuques e adufes,
de sabores de pêssego e desejos de cajú.
Bialma - biface alvo-negro -
sonho, utopia,
adição de sal e carvão.
Mas a minha alma,
lá no secreto produto é palanca pedindo,
a cada esquina da vida,
o bafo das noites insufladas de mistério.
2.
A minha alma é um grande imbondeiro
querendo em desespero louco e furioso
alcançar, numa ânsia pertinaz e infinita,
os céus, os deuses, as brumas divinas...
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Ah perdição alucinada de braços e mãos!
Uma completa e turva oração digital
um puro desejo atormentado.
Namibiano Ferreira