14 de maio de 2007

TRES POEMAS DO MAR





DE PAR EM PAR

Abertas as janelas para a Vida
tenho, de lembrança mais antiga,
as aras planas e douradas
debruadas de bilros nevados
coroando as franjas leves
da toalha sedosa e glauca
alongada ao sabor do infinito
amenizando a quentura do Deserto.




O QUE É O MAR?


Tu perguntas, e eu não sei
eu também não sei o que é o mar
(Eugénio de Andrade)


Serenidade
leve brisa discreta
traz no regaço o perfume das esmeraldas diluidas
brilhando na placidez do vento.
Crepes tremulam em suspiros leves de espuma
e perdidos entre cetins luminosos
vêm os teus lábios, pétalas rosadas,
sôfregos para me beijar.




MAR


Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim
(...)
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim



(Sophia Mello Breyner Adresen)



Brilham pétalas cândidas de rosas encrespadas
sobre o fundo marinheiro a bailar massemba
hialino de topázios e cristais.
Há o perfume das algas desfeitas no vento
e ao longe voam asas brancas
ansiosas e saudosas na distância.



Massemba - o mesmo que semba, danca angolana que esta na origem do samba brasileiro.

Namibiano Ferreira


2 comentários:

  1. "DE PAR EM PAR
    Abertas as janelas para a Vida..."

    ....Muito bonito! O mar junto ao deserto só pode gerar poemas assim!

    Kandandu, amigo!

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  2. Bonito mesmo.
    Adoro o mar e os teus poemas complementaram os da Sophia Breyner.
    Obrigada pelo link que colocastes para o Brisa.
    kandandu

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