29 de janeiro de 2008

LEOPARDO























na noite
do leopardo
só se vê os olhos

A. Barbeitos


A noite da escuridão
tem os olhos do leopardo
faiscando diamantes.
Leopardo: fere o meu coração;
aguça os meus sentidos;
crava, usa tuas garras;

não deixes o sal
arrefecer o sangue da poesia;
não deixes a rocha
tecer o casulo da ignorância;
não deixes o cacimbo
cristalizar a alma do poeta.

Viverei eu, assim, eternamente cantando
estes e outros versos insanos e selvagens
torcidando meus sentidos,
dispersando a alma nos teus olhos leopardo,
no fulgor suave das noites
e na fúria brava das calemas.




Namibiano Ferreira