Imbondeiro
A manta rota dos Deuses
cobriu o sol
e a terra
mais sagrada
tombou na suprema escuridão.
Horizontes roxos pairam no ar
há mortos, perdidos, ausentes
e a terra chora baixinho.
Ao luar, caju dorido,
ressoa manso o tambor
amordaçado pelo truar dos canhões,
bazucas, murteiros, obuses.
A manta rota dos Deuses
cobriu o sol
e a terra
mais sagrada
chora só e baixinho
morte, agonia, tormento.
-Que Deus fadou o teu Destino
oh terra bensuada
exangue, exausta em sangue?
-Que Deus fadou o teu Destino
oh terra bensuada
queimada dormindo em guerra?
A manta rota dos Deuses
cobriu o sol
e a terra
mais sagrada
tombou na suprema escuridão.
Horizontes roxos pairam no ar
há mortos, perdidos, ausentes
e a terra chora baixinho.
Ao luar, caju dorido,
ressoa manso o tambor
amordaçado pelo truar dos canhões,
bazucas, murteiros, obuses.
A manta rota dos Deuses
cobriu o sol
e a terra
mais sagrada
chora só e baixinho
morte, agonia, tormento.
-Que Deus fadou o teu Destino
oh terra bensuada
exangue, exausta em sangue?
-Que Deus fadou o teu Destino
oh terra bensuada
queimada dormindo em guerra?
Namibiano Ferreira
In Resist(ir) Assim - Poesia a Doze
Editorial Minerva - 1999